Luzia mora com os avós. A menina tem um quarto só para ela, mas não gostava de dormir sozinha, porque sentia medo e ficava a noite toda chamando por eles. Seu avô e sua avó até lhe diziam que não havia motivo para ter medo, mas não adiantava muito. Luzia continuava inquieta e acabava não dormindo direito.
Na manhã seguinte a uma dessas vezes, o avô de Luzia acordou bem cedo e foi até o porão. Lá, levantou a tampa do baú de madeira antigo, revirou as tralhas que guardava ali dentro e de lá tirou um abajur empoeirado. Passou um pano úmido no abajur, que agora já nem parecia tão velho. Depois, ficou horas trabalhando no conserto do objeto, que há tempos estava sem funcionar. Por fim, ele enfeitou o abajur com adesivos coloridos, que combinaram perfeitamente com a decoração do quarto da menina.
Na hora de dormir, Luzia e os avós foram até o quarto dela. Seu avô disse “faça-se a luz!” e ligou o abajur na tomada. Funcionou! Feito mágica, o abajur iluminou todo o quarto. Os olhos da menina brilhavam fascinados com a luz que irradiava da pequena lâmpada colorida. Com o abajur ligado, ela viu espalhadas pelo teto pequenas estrelas feitas de papel recortado. Era mais um agrado de sua avó. Naquela noite, Luzia dormiu com um largo sorriso nos lábios.
Quando acordou, a primeira coisa que fez foi correr na direção dos avós para abraçá-los.
– Vó, eu nem senti medo! – disse a menina.
A avó fez um cafuné em Luzia e respondeu:
– Eu vi, minha filha. Parabéns! Estou muito orgulhosa de você.
* O conto ‘O abajur de Luzia’, 6º colocado no 3º Desafio Literário Farol Fantástico, foi selecionado para publicação na revista Farol Fantástico - revista eletrônica de publicação trimestral voltada exclusivamente para a literatura infanto-juvenil.